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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Filipe ao lado da mãe Patrícia. Eles ainda guardam a edição do jornal de 2005
Em 20 de dezembro de 2005, o pedido de Natal do pequeno Filipe Aguiar, então com 7 anos, estampou a contracapa do Diário. Ele escreveu uma cartinha na promoção Papai Noel dos Correios. O desejo dele era simples: um par de botas para ele e outro para o irmão Mateus que, na época, tinha 8 anos. A dupla, que morava em uma casinha dentro da Vila Jockey Club, precisava atravessar os campos molhados ao redor do Prado para chegar até a escola e, em dias de chuva, acabava molhando os pés.
- Na época, eu trabalhava como doméstica e o meu marido era pedreiro. Podia parecer um pedido simples, mas o preço de duas botas era relativamente caro para nós. Daí que o Mateus teve a ideia de escrever a cartinha. Este ano, vai completar 15 anos do dia que a matéria foi publicada, e ainda guardamos o jornal com carinho - conta a mãe Patrícia Flores Machado, 48 anos.
Na época, os guris não ganharam só um par de galochas cada. Receberam várias botas, tênis, roupas e até cesta básica. Assim como foram ajudados, depois que as roupas e calçados não serviram mais, a família fez a doação para outras crianças em situação de vulnerabilidade.
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Inspirado na boa ação que o ajudou a poder ir até a escola com mais conforto, Filipe organiza uma campanha de Natal para arrecadar alimentos, roupas, calçados e brinquedos. O objetivo é distribuir para famílias do Loteamento Cipriano da Rocha, onde o jovem mora hoje, e bairros próximos.
- Em anos anteriores, eu também fiz arrecadações e entreguei para vizinhos. Espero conseguir ajudar bastante gente. Assim como eu fui ajudado um dia, espero poder retribuir. Nada se compara ao sorriso de uma criança ao receber um brinquedo e de uma família que pode fazer uma ceia de Natal mais completa - afirma Filipe, hoje com 22 anos. O irmão Mateus vive em Porto Alegre, mas deve voltar para Santa Maria para passar as festas de final de ano com os familiares.
Segundo o jovem, a ideia é ajudar, principalmente, as famílias que tiveram a renda afetada com a pandemia do coronavírus.
- A gente sabe que muitas pessoas acabaram ficando desempregadas e estão com dificuldades de se manter. O Natal é uma época de festas, e todos merecem ter um pouco de alegria e de conforto - declara Filipe.
*Colaborou Janaína Wille
AS DOAÇÕES
- Como ajudar - Aceitam doações de roupas, calçados, alimentos e brinquedos. As entregas podem ser feitas no Loteamento Cipriano da Rocha, Rua Vitória, 620
- Até quando entregar - 22 de dezembro
- Quem será beneficiado - Famílias do Loteamento Cipriano da Rocha e outras localidades próximas
- Informações - Filipe (55) 99927-8368